terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ministrar a música


Precisamos inovar em técnicas, estudos teóricos para deixar as canções belas e apreciativas para aqueles que serão os ouvintes da mesma presentes no ato litúrgico. Porém, o músico precisa encarnar no cerne e no verdadeiro sentido que a música expressa. Antes de mais nada é preciso ministrar a música e não somente cantar.

Este ministrar num sentido mais profundo da palavra. Existem alguns músicos seculares que expressam isso mesmo não cantado músicas "religiosas", mas com sua técnica, com o amor, carinho que demonstrando nos instrumentos musicais e no canto. Eles terminam expressando um verdadeiro louvor ao Sumo bem que Santo Agostinho defendia, e como Agostinho mesmo dizia: "Quem canta reza duas vezes".

O que temos em comum, nós músicos católicos e os demais que não comungamos da mesma crença, no entanto, o que nos difere é a espiritualidade e o que nos une num sentido profundo da
palavra é a técnica musical.

Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho, no dia 14 de setembro deste ano, publicou um escrito interessante falando do sentido místico da música e da expressão da mesma proporcionada pelos músicos. Segue abaixo:

O Concílio Vaticano II deixou uma norma valiosa "... a música sacra será tanto mais santa, quanto mais intimamente estiver ligada à ação litúrgica..." (SC 112c). E ainda: "Uma autêntica celebração exige também que se observe exatamente o sentido e a natureza próprios de cada parte e de cada canto..." (MS 6b). Portanto, a unidade litúrgica da celebração no seu todo ou em suas partes específicas devem ter cantos apropriados e que tenham nexo com o ato celebrado, com o momento celebrativo. Como se trata de um louvor a Deus, cumpre ensaios anteriores e, quando há um solista que este seja afinado, pois é também um tormento para os fiéis escutar certos pseudos cantores. É preciso que os textos sejam aprovados pela autoridade competente, pois este articulista já captou heresias em muitas letras.

Os letristas e compositores precisam penetrar fundo no mistério litúrgico, a fim de comporem textos e músicas que enriqueçam ainda mais o tesouro da eucologia cristã. Embora toda celebração deva ter cantos que exprimam o sentimento dos fiéis, por vezes, é melhor a leitura, por exemplo, do salmo responsorial do que apresentá-lo por elementos detituídos de um mínimo de harmonia musical. Além disto, no que tange o salvo responsorial ficar repetindo indefinidadmente o refrão não é louvável, dado que não se pode inflar o tempo destinado à celebração. Nunca se exaltará demais o papel importantíssimo do canto na liturgia, mas, por isto mesmo, ele merece ser tratado com piedade, arte e solenidade, expressando a alegria de um povo que festeja o seu Deus ou as súplicas dolentes a Ele dirigidas.

O canto deve exprimir a interioridade do coração daquele que crê. Em síntese o canto deve cooeprar para o crescimento espiritual de todos. Há uma razão de ser em cada cântico. Corações voltados para o Ser Supremo a proclamarem suas maravilhas. Nunca se pode olvidar o mistério pascal de Jesus, o triunfador sobre a morte e o redentor querido de todos. A presença do Espírito Santo dever ser percebida a iluminar as mentes e a aquecer o ânimo de todos. Trata-se de uma comunidade unida numa só voz, demonstrando que a ventura existe para quem sabe louvar a Trindade Santa.


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